A Governança Familiar é a expertise principal do Instituto Sucessor. Essencial para a profissionalização e proteção de um negócio familiar, essa estrutura contempla a celebração de acordos, definição de regras e papéis que serão norteadores para atuais e futuras gerações, além de identificar os valores, o propósito, a missão e os princípios dessa família.
Com essa definição, é possível já identificar, com clareza, que esse sistema é embasado em vínculos e limites.
No contexto familiar, esses dois pontos complementares e intrinsecamente ligados se manifestam a todo momento, percebendo que a capacidade de impor limites já é uma demonstração de vínculo. Da mesma forma acontece dentro de organizações, onde as relações capital x trabalho, direitos x deveres, ônus x bônus, poder x propriedade, etc também já são baseados nos vínculos construídos e nos limites impostos.
Para a executiva especialista na área, Silvia Englert, as relações e “emaranhados familiares” possuem força preponderante às dinâmicas da organização. Quando se fala de empresas geridas pelas famílias, os vínculos e limites estabelecidos dizem muito da cultura da organização.
Para Silvia, um modelo de governança familiar bem definido é chave para que os espaços, gestão e mandatos fiquem estabelecidos entre família proprietária e negócio. Dessa forma, a estrutura da governança assume um papel de proteção, estabelecendo limites, legitima combinados e regras necessárias, fortalecendo os papéis dos seus conselhos e lideranças.
Quando essas combinações têm como base os vínculos existentes, históricos e presentes, sustentados pelas relações de respeito e afeto construídas através das gerações, observa-se os reflexos na solidez dos respectivos modelos de governança. Acrescenta ainda que o sentimento de vínculo se manifesta nas mais diversas formas em um negócio familiar, como o orgulho de pertencer, o sucesso nos desafios de empreender, na cultura de valorização das pessoas, através dos Valores descritos, o reconhecimento do legado e da ancestralidade familiar.
Silvia Englert destaca que a boa governança passa pelo compartilhamento de um propósito corporativo, que deve permear toda a organização e estar sustentado nas relações de compromisso entre os membros, sejam eles executivos, acionistas, fundadores ou gerações futuras – na essência deste compromisso estão os vínculos estabelecidos.
Silvia ainda ressalta que os vínculos e limites são sempre influenciados pelos contextos, quanto mais complexos, maior o desafio de harmonizar estas duas forças complementares.
Os cenários que surgem, os desafios sociais, econômicos e humanos que enfrentamos trazem, na visão da especialista, um alerta quanto
à necessidade de inserirmos essa discussão sobre vínculos e limites nas relações família-empresa, considerando o tema da divergência de pensamentos. Vivemos um momento onde precisamos exercitar ambientes de divergência com qualidade, que nos tirem de discussões polarizadas e que nos levem a diálogos inovadores, estimulando a tomada de decisão em ambientes complexos e diversos e gerando valor para o sistema como um todo. Complementariedade e confiança nunca foram tão essenciais nas relações – estar atento a forma como estabelecemos vínculos e limites é sempre um bom caminho para evoluir e compreender o melhor modelo de governança familiar.
Silvia Englert é psicóloga e atua há 33 anos como executiva especialista no Desenvolvimento de Lideranças, Sucessão e Governança de empresas familiares. Ao longo de todos esses anos, adquiriu formação e experiência nos temas sobre Governança Familiar, Conselhos de Família, processos sucessórios e desenvolvimento de herdeiros, em empresas como Gerdau e Votorantim. Atualmente, ela ocupa a cadeira de Diretora do Conselho de Família da Votorantim.
A especialista estará presente no 12º Painel do Instituto Sucessor oferecendo a base para o debate sobre o papel da Governança Familiar na preservação de vínculos e estabelecimento de limites dentro de organizações familiares.
O evento acontece no dia 18 de novembro, às 9h. Participe! Inscreva-se aqui.