“Somente quando estamos em sintonia com o nosso destino, com os nossos pais e com a nossa origem e tomamos o nosso lugar, temos força” (Bert Hellinger).
Pertencemos e estamos conectados com a nossa família desde sempre e para sempre. De forma aparentemente contraditória, essa família pode ser considerada como o elemento mais importante de nossas vidas, assim como fonte de nossos principais desafios e até problemas. O certo é que se negarmos a nossa história estamos negando a nós mesmos e interrompemos o fluxo que vem de nossos ancestrais, fragilizando o sentimento de pertencer ao sistema familiar, o que poderá trazer uma sensação de vazio para a vida. Qual a importância de reconhecer ou reestabelecer esse fluxo, de forma a encontrar nosso lugar no sistema?
Em primeiro lugar, é preciso reconhecer a família como o principal pilar de formação do ser humano. O papel dos pais tem uma importância essencial para as questões pessoais e profissionais. Da herança paterna adquirimos nosso caminho profissional e nossa trajetória de carreira e de negócios: o masculino, o racional, o que nos empurra para o novo e para a experiência com a vida são traços que carregamos da relação com os nossos pais, assim como a coragem para encarar desafios. Da herança materna, no entanto, carregamos a nossa relação com o sucesso: é em direção à mãe o nosso primeiro movimento de êxito na vida, de nos alimentar e nos manter vivos. Além disso, é do materno que trazemos todo o feminino, a aceitação da vida e da sua potência e o caminhar para o sucesso com credibilidade e confiança.
É por meio de nossos pais que temos acesso a tudo que veio antes de nós, pois eles são o vínculo maior com o nosso sistema e com a nossa força. Tomar a vida que chegou por meio deles, nos deixa disponíveis para ter um futuro mais promissor e conectado com as nossas potencialidades.
Não é preciso concordar com tudo que foi feito até aqui, mas é possível encontrar um sentido dentro disso, mesmo que seja o sentido de ser o responsável por quebrar paradigmas. É importante entender e aceitar que a nossa família é assim, e que fazemos parte dela, mesmo que façamos algumas coisas um pouco diferente. Quando se respeita e se honra o que veio antes – o legado, a ancestralidade – é possível se libertar para construir a própria história.
No contexto das famílias empresárias podemos encontrar sucessores e herdeiros que, muitas vezes, tentam fugir ou confrontar a família. Contudo, se esse jovem apresenta uma atitude de humildade e de respeito pelo legado familiar, no lugar da fuga ou da arrogância, ele consegue conquistar muito mais espaço dentro da empresa e da família. Encarar a realidade e aceitar a vida que chegou a nós através dos nossos pais, com tudo o que veio junto com ela, não é o caminho mais fácil nem o caminho mais comum, mas é o único com profundidade, com construção de sentido e capaz de curar.
Quando conseguimos aceitar e honrar nossos pais exatamente da forma que são e que foram, ocupamos plenamente o nosso lugar, e, assim, temos força para escolher uma profissão, empreender ou abrir um negócio voltado ao sucesso, pois a vida flui ativamente a partir de nós. Todos estamos aqui para evoluir e sermos melhores. E é nosso dever fazer algo de bom com a nossa vida em honra àqueles que vieram antes.
Se acreditamos que já somos perfeitos, ficamos estagnados, perdemos nossas condições internas de mudança, e assim, a paralisia nos afasta da nossa essência. Se nos percebemos como indivíduos em constante desenvolvimento, geramos uma conexão com a vida e criamos diariamente infinitas possibilidades. Desta forma, torna-se essencial investir no autoconhecimento e no autodesenvolvimento, aceitando que a mudança é muito mais interna do que externa. O sucesso exige autoconhecimento!
Por Eliza Ferronato – Consultora do Instituto Sucessor.