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O que aprendemos em 2020?

2020

Quando chega o fim do ano, é natural realizarmos uma pausa e refletirmos sobre o que conquistamos, o que perdemos e, principalmente, o que aprendemos durante o período. É um momento de balança, de analisar nossos feitos e das pessoas a nossa volta. O sentimento principal é de renovação e de muita positividade. Afinal, é nessa época do ano que desaceleramos o nosso ritmo e pensamos com carinho em quem amamos e em nós mesmos.

Mas, dessa vez, vivemos uma realidade atípica. 2020 foi um ano de grandes desafios e mudanças na vida de todos. Com a chegada de uma pandemia que atingiu o mundo inteiro, a crise veio por todos os lados: saúde, educação, política e sociedade em geral.

Fomos afastados das pessoas e obrigados a ficar em casa, sem acesso ao trabalho, às escolas, aos serviços do dia a dia e às atividades de lazer. Nesse momento nos vimos assustados, com medo e perdidos. A vida, em 2020, nos mostrou o quanto somos suscetíveis e como nossa rotina pode mudar de uma hora para outra, sem que tenhamos o controle sobre ela.

Essa fase difícil chegou logo nos primeiros meses do ano e se estende até hoje – último mês de 2020. Com o passar dos dias, fomos aprendendo a conviver com o perigo que a pandemia apresenta, com a nova rotina, com máscaras e equipamentos de proteção, com a tecnologia cada vez mais presente, com o distanciamento entre as pessoas, com a saudade…

Podemos concordar que sempre é possível tirar algo de bom de qualquer momento difícil. É possível aprender com os desafios, conviver com as divergências e levar algo positivo em qualquer situação.

Nesse fim de ano, hora da reflexão e da renovação, temos muito a construir como legado de 2020. Afinal, o ano nos trouxe ensinamentos imensuráveis, com base na dificuldade, nas incertezas e na resiliência.

No âmbito do trabalho, aprendemos novas formas de fazer e vimos como é possível se reinventar e não nos deixar parar quando tudo parece perdido. A tecnologia se mostrou mais presente do que nunca e precisamos estar conectados de qualquer lugar, a qualquer momento. O home office, tão temido por algumas empresas, se mostrou eficiente e proveitoso, na grande maioria das vezes. Até mesmo as empresas mais tradicionais, que tiveram dificuldade para se adaptar nos primeiros meses, viram esse novo modelo com bons olhos e há uma grande tendência de adoção desse trabalho remoto, mesmo depois que isolamento social acabar.

Uma pesquisa da Robert Half, empresa global de consultoria de recursos humanos, revelou que 86% dos profissionais querem trabalhar de casa mais vezes após o fim da quarentena e 67% perceberam que é possível executar todas as tarefas remotamente. 49% consideram que o equilíbrio entre vida profissional e pessoal melhorou sem o deslocamento para o trabalho e 25% estão mais confortáveis com as tecnologias. O modelo tem sido aprovado por uma grande maioria de empresas e promete ser uma grande mudança no formato de trabalho daqui para a frente. Para fazer dar certo, aprendemos novas plataformas e tecnologias que nos fizeram atualizar nossos conhecimentos e percebemos o trabalho ser descentralizado, de forma a nos exigir mais profissionalmente.

Isso tudo mostrou o quanto é importante ter a mente aberta para inovações e novas formas de fazer, com foco no crescimento e na adaptação aos contratempos, já que eles chegam quando menos esperamos.

Em nossas rotinas pessoais e familiares, 2020 nos fez conviver com sentimentos, muitas vezes, pouco falados: a saudade, a empatia, a compaixão, o cuidado.

Precisamos olhar para si com maior atenção, desacelerar e cuidar da nossa saúde física e mental – tão afetadas nesse período. A informação teve importância enorme para nos mostrar o que é certo e o que é errado e para manter-nos atualizados sobre o que ocorre com relação à pandemia e tudo que ela gerou de instabilidade.

Precisamos, então, lidar com esse fluxo de informações. Nunca estivemos tão ativos em nossos celulares, computadores, televisões e meios de comunicação – o que pode ser positivo ou, até mesmo, negativo, dependendo da influência e intensidade dos acontecimentos a nossa volta.

Sheila Espíndola, responsável pelo setor administrativo e financeiro do Instituto Sucessor, comenta que essa introspecção forçada serviu para um olhar interno mais intenso e cuidadoso conosco e com os nossos. Segundo ela, foi um momento de repensar as atitudes, as respostas, o agir, além de aprender que é possível seguir ativo e com qualidade, com resiliência e esperança.

Marcelo Geyer Ehlers, consultor parceiro do IS, também ressalta a importância do autoconhecimento e de manter vínculos: “2020 foi um ano de olhar para si, zelar pelos próximos e refletir sobre o que é essencial nessa vida. Um ano que proporcionou um mergulho profundo – hora nas nossas fraquezas, hora nas oportunidades, hora nos nossos sonhos, hora nas nossas lembranças. Uma montanha russa que nos exigiu resiliência e equilíbrio.”

O cuidado com o outro também foi importante. Aprendemos como é relevante demonstrar empatia e compaixão com o outro, mantendo-se próximo, mesmo que longe. Além disso, tivemos a certeza de que é preciso aproveitar e valorizar o momento presente.

E aqui, mais uma vez, a tecnologia se mostrou importante. Quem não fez uma chamada de vídeo em 2020?

Precisamos lidar com a saudade, com o isolamento e com a ausência dos nossos familiares e amigos. A internet e a tecnologia, então, mostraram que é possível estar presente na vida de quem amamos, manter os vínculos fortes e transmitir amor, mesmo quando estamos distantes.

Mesmo isolados, aprendemos a valorizar o coletivo. Fernanda Geyer Ehlers, do setor de planejamento e inovação do IS, ressalta que precisamos uns dos outros e somos todos interligados. Aprendemos a valorizar o simples, lidar com a impermanência e, principalmente, a confiar no outro. Fernanda destaca que um grande ensinamento do ano foi que não precisamos de muitas coisas para sermos felizes.

João Prates, consultor do IS, também destaca que aprendemos o valor de estarmos com a família, amigos, além do valor do afeto e do abraço. Aprendemos, também, que temos mais força e coragem do que imaginamos para enfrentar medos e incertezas, conforme comenta João.

Já a psicóloga Márcia Pozzobon, também consultora do IS, ressalta reflexões mais profundas sobre autoconhecimento e relações humanas: “2020 me ensinou muito sobre o que é viver de verdade, o que realmente é importante na vida. Encontrei a felicidade na simplicidade da rotina mais tranquila, na contemplação da natureza, na suavidade de uma boa música, no mergulho nos meus sentimentos. Amor, vínculos, liberdade, saudade, medo e persistência, foram algumas palavras que ressignifiquei neste ano tão desafiador! 2020 nos mostrou que nada é permanente. A vida é uma surpresa diária e acontece no aqui e no agora. O importante é viver o momento presente, sem pensar tanto no futuro, apenas acessando com afeto aquelas lembranças que nos fazem persistir e seguir em frente. Se permitir ser vulnerável é o que existe de mais humano, é realmente estar conectado consigo mesmo e com o que nos rodeia. A vulnerabilidade que 2020 nos apresentou pode ampliar a vivência de cada momento! Estar presente é estar consciente, conseguir sentir o que realmente faz sentido para o pulsar na vida”, conforme as palavras de Márcia.

A certeza que temos nessa reflexão de fim de ano é que a influência desse período é muito particular de cada um, mas ninguém termina 2020 da mesma forma que entrou. A forma como encaramos esse ano diz muito sobre nós mesmos.

Magda Geyer Ehlers, fundadora do Instituto Sucessor e consultora, destaca: “Aprendemos que não temos controle sobre a vida e que a maior sabedoria é conviver com o descontrole, sem perder o foco, a fé e o senso de gratidão. Reconhecemos o que é essencial e conseguimos abrir mão do que realmente não faz a diferença. Aprendemos a viver o amor, percebendo os sinais de renovação!”

Esperamos que tenha sido um ano, mesmo desafiador, de muitos ensinamentos para todos e entramos 2021 com o mesmo sentimento de renovação mas, principalmente, de esperança por tempos mais calmos.