É inegável que estamos em tempos de grandes e rápidas transformações. Tanto na vida pessoal, quanto no mundo dos negócios, a velocidade das mudanças é cada vez maior.
Como profissionais, precisamos nos adaptar e aprender a viver em constante movimento e o ano de 2020 foi um grande exemplo disso.
Na área de negócios e gestão, as tendências do pós pandemia são de muita inovação, tecnologia e humanização, e no segmento das empresas familiares esse contexto não é diferente. Mesmo que com algumas dificuldades, as famílias empresárias precisam sair da zona de conforto e se adaptar sem deixar que as transformações interfiram nos valores e propósito da família.
Inovação nos negócios e tendências para 2021
Conseguir identificar as tendências o mais rápido possível faz toda a diferença para os líderes, profissionais e para a sobrevivência das empresas.
Podemos concordar que 2021 vai concretizar muitas transformações que vinham se aproximando lentamente dos ambientes empresariais, já que o comportamento das pessoas e dos negócios sofreram grandes alterações no ano passado.
O desafio agora é descobrir quais as mudanças que vieram para ficar e se adaptar à elas.
Como um legado da pandemia, uma das principais tendências está nos escritórios sem endereço – o tão falado home-office – e a digitalização de processos. Essa descoberta de uma nova forma de trabalhar atingiu em cheio a rotina dos profissionais e promete ser uma grande mudança nas rotinas das pessoas. Segundo pesquisa feita pela Cushman & Wakefield, 74% das empresas pretendem manter o trabalho de casa como uma opção definitiva no pós-pandemia.
A digitalização e tecnologia nunca esteve tão presente. Os vídeos, lives, transmissão de eventos digitais, reuniões on-line e demais recursos desse tipo estão permitindo que se quebre barreiras físicas – o que promete continuar nesse novo momento. Segundo guia da Exame Academy e ACE, as ações do Zoom cresceram 775% de janeiro a outubro, quando atingiram seu ponto máximo no ano.
Além disso, grandes e tradicionais empresas estão investindo grandes fundos em plataformas que pretendem oferecer serviços e soluções mais completas, seguras e tecnológicas aos clientes. Isso traz diversos novos conceitos de inovação, como metodologias ágeis, softwares, etc.
O modelo de Startup vem crescendo a cada ano, mas em 2021 se apresenta sinais claros de que ainda há muito espaço para o crescimento, com a estreia de diversas startups na Bolsa de Valores nos últimos meses de 2020. Isso também mostra que pequenas empresas estão ficando maiores, já que grandes investidores estão olhando com maior atenção para pequenos negócios de tecnologia e os líderes estão abrindo espaço para fusões e aquisições.
O conceito de empresa ambidestra também é presente, quando a empresa se divide em dois olhares: Enquanto um time cuida dos negócios atuais – aqueles que trazem retorno atualmente – outro time cuida do desenvolvimento de projetos que, no futuro, terão poder de mudar o mercado, como explica o guia de tendências da Exame Academy e ACE.
Outra grande tendência desse período é o valor do “fazer o bem”. No mercado de investimentos, sigla ESG tem ganhado força – usada para designar investimentos com critérios ambientais, sociais e de governança corporativa. Esses projetos filantrópicos tem chamado atenção dos empresários pelo caráter de imagem que passa ao mercado, pelos resultados financeiros e pelo próprio valor de sustentabilidade e empatia.
Mas é claro que não há mudanças nos negócios que não envolva mudança na cultura das pessoas. As transformações de comportamento estão influenciando diretamente nos hábitos de consumo e nas carreiras.
Fatores como o olhar mais atento à diversidade a constante necessidade de estar sempre aprendendo ganham força nesse novo cenário, o que impacta nos negócios e na vida dos profissionais.
As transformações nas empresas familiares
No contexto da família empresária essas tendências estão presentes, mesmo que, muitas vezes, haja uma maior resistência para inovação, em função da tradição e conservação dos valores da família.
As empresas familiares acabam por precisar se adaptar ao contexto e investir em inovação, o que pode oferecer uma oportunidade de entrada das novas gerações no negócio e uma reflexão sobre como isso influencia na cultura da família.
Segundo o consultor de empresas familiares do Instituto Sucessor João Prates, os gestores precisam sair da zona de conforto e, muitas vezes, superar a resistência para focar na longevidade nesse mundo de transformações.
João conta que, na prática, há sim uma dificuldade em se enfrentar esse desconforto que a inovação traz e, dependendo da geração, isso pode ser um grande impasse para o crescimento das empresas.
Essas tendências vêm de todos os lados: do contexto global, dos profissionais externos e das novas gerações, fazendo com que a família empresária precise repensar seus modelos e quebrar paradigmas.
Os valores da família podem ser fator determinante para a adaptação e abertura aos novos projetos e novos cenários. Conforme explica João, quando a família traz a confiança e credibilidade como valores, a tendência é de que a inovação seja recebida com maior facilidade.
As novas gerações, sem dúvidas, são protagonistas. Jovens questionadores e antenados prometem trazer um novo olhar sobre as formas de fazer e de trabalhar e, para isso, é essencial que esses herdeiros tenham voz na gestão e na liderança dos negócios.
O consultor comenta que, no geral, o cenário de rápidas transformações não vai oferecer riscos aos valores e à tradição da família. É possível seguir em movimento e com atenção às ideias das gerações futuras, sempre mantendo foco aos propósitos e à cultura familiar.