Estabelecemos vínculos a todo momento, antes mesmo de nascermos – por isso a grande importância dada pela medicina na atenção ao contato do bebê com o corpo da mãe imediatamente após o parto. Já nos primeiros vínculos externos, a qualidade das relações estabelecidas nos primeiros anos de vida poderá ser um fator determinante do processo de desenvolvimento cognitivo e emocional do indivíduo.
A maneira com que os vínculos familiares são construídos durante a infância produz efeitos sobre a estruturação subjetiva e sobre a formação de vínculos futuros, a serem estabelecidos e mantidos pelo sujeito. É na família que os treinos em habilidades sociais são oferecidos e desenvolvidos.
Criar vínculos implica aproximação e sensibilidade com o outro, o que leva à responsabilidade entre as partes.
A Teoria do Vínculo, da qual o estudioso Enrique Pichon-Rivière é o precursor, propõe que em todo grupo as relações intensas, que são caracterizadas pelos papéis e funções de cada um, exigem ações que se completam com o modo de viver o grupo e pertencer a ele. Nessa perspectiva, cada elemento tem papel a cumprir e toda a sua forma de agir, comunicar, pensar e sentir influenciará no funcionamento desse grupo.
Daí a importância de analisar, entender e aprofundar os vínculos a fim de torná-lo saudável e harmonioso, tanto em âmbito familiar, quanto nos convívios sociais e profissionais.
Essa relação trata-se de uma estrutura dinâmica em contínuo movimento, acionado por motivações psicológicas. Falamos aqui de vínculos que podem ser afetivos, amorosos ou, por contraponto, podem ser doentios.
No ambiente familiar é possível encontrar todo tipo de vínculo. Daqueles mais saudáveis, até aqueles que prendem, inibem, sufocam ou entrelaçam os membros de forma positiva ou negativa.
O ser humano caracteriza-se por sua multiplicidade e múltiplos também são os vínculos que se estabelecem, ou seja, eles se modificam ao longo da vida.
Por mais tumultuados e conflituosos que sejam, os vínculos são espelhos que refletem a dinâmica de um grupo – seja ele na família, no trabalho, na gestão de uma organização, etc.
Refletindo sobre essa presença nos nossos âmbitos sociais, fica o convite a refletir sobre os vínculos que construímos nas relações que nos rodeiam e, principalmente, em uma família empresária, onde os relacionamentos ultrapassam o lado pessoal e vão para o ambiente de trabalho.
Como esses fortes vínculos, sejam eles saudáveis ou não, podem influenciar na construção social do indivíduo como pessoa e como profissional? E, como um todo, como trabalhar para que esses vínculos sejam positivos no sucesso do negócio e perpetuação do legado de uma empresa familiar? Qual a importância de se aprofundar e analisar os vínculos intrapessoais na família.
Convidamos você, leitor, a refletir a importância de se analisar os vínculos intrapessoais na família e na sociedade e acompanhar nossos conteúdos para continuar se aprofundando nesse tema.
