Governança e Família Empresária

Casos de famílias empresárias centenárias em Portugal

By 14/02/2020 fevereiro 21st, 2020 No Comments
famílias empresárias centenárias em Portugal

Com uma grande quantidade de empresas familiares, Portugal conta com características como longevidade e tradição quando se fala desse cenário.

Há um número significativo de empresas centenárias no país e isso nos chama atenção para uma análise mais profunda das famílias empresárias, seus processos de sucessão e seus legados.

 

Conheça casos de famílias empresárias centenárias em Portugal

 

Symington Family Estates

famílias empresárias centenárias

Um dos maiores grupos empresariais do setor do vinho do Porto é a Symington Family Estates. A família de origem britânica e portuguesa está no Vale do Douro, região norte de Portugal, há mais de 130 anos, e hoje tem a empresa gerida pela 4.ª e 5.ª geração.

A Symington começou a com a chegada do inglês Andrew James Symington em Portugal em 1882 e com sua união com a portuguesa Beatrice Barros Leitão em 1891. Ao longo dos anos, a família foi adquirindo ou criando marcas de vinho do Porto e expandindo nesse mercado.

A 5.ª geração de Symingtons, que está atualmente em atividade no negócio, tem através da tetravó materna uma linhagem que remonta 14 gerações – a 1652 – aos primórdios da história do vinho do Porto.

Desde cedo, os herdeiros já são estimulados a permanecer nesse ambiente, seja correndo pelas vinhas ou treinando o paladar para, no futuro, estarem nas salas de provas.

A geração assume ao negócio depois de algum tempo adquirindo experiência e competências em outras áreas.

Os membros são proprietários e gerenciam quatro das grandes casas históricas de vinho do Porto: Graham’s, Cockburn’s, Dow’s e Warre’s.

Em visita às caves da Graham’s, é possível conhecer um pouco da história da família, além de compreender brevemente o processo de envelhecimento desse vinho tão diferenciado.

 

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Atualmente, essa vinícola é gerida por Charles Symington, membro da 4ª geração, que é responsável pelo refinado teste de qualidade dos produtos.

O grupo Symington Family Estates é um dos maiores produtores mundiais de vinho do Porto premium, além de ser o principal proprietário de vinhas no Alto Douro e um dos principais produtores de vinho de Portugal.

Conforme descrito no museu da família presente na vinícola Graham’s, há uma afinidade natural entre o vinho e as empresas de raiz familiar: as duas possuem empenho e visão de longo prazo, que passa de geração em geração. Assim como no vinho, a família empresária deve ter a preservação da longevidade.

 

Confeitaria Nacional

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A reconhecida tradição dos doces portugueses teve grande influência dessa empresa familiar. A centenária Confeitaria Nacional foi fundada em 1829 por Balthazar Roiz Castanheiro.

A população de Portugal (metrópole) estava perto dos 3 milhões e vivia-se um período conturbado, em função da Guerra Civil entre liberais e absolutistas.

O jovem Balthazar, sem se intimidar, inaugurou um espaço que rapidamente se tornou um lugar de eleição das elites lisboetas.

Após a morte do fundador, em 1869, o seu filho mais novo, Balthazar Castanheiro Júnior herdou a empresa, com foco em irreverência e inovação.

Algumas curiosidades interessantes: Foi na Confeitaria Nacional que foram instalados os primeiros telefones de Lisboa, entre a fábrica e a loja, em 1871. Já no ano de 1873, o prestígio conquistado entre os lisboetas levou a confeitaria a pedir o estatuto de fornecedor da Casa Real Portuguesa, pedido que foi concedido por alvará do Rei D. Luis I. Foi também a Confeitaria Nacional a responsável pela difusão do famoso Bolo-Rei, pão com frutas muito buscado pelos portugueses no natal, que teve receita trazida da França por Balthazar Jr.

Em 1913, Rafael Castanheiro Viana, bisneto do fundador, assumiu o negócio também com visão inovadora e querendo promover a empresa nos meios publicitários e jornalísticos da época.

 

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Até hoje a confeitaria é gerida pela família e está fixada no mesmo local desde sua abertura – uma imponente casa na Praça da Figueira, baixa de Lisboa. A tradição é facilmente identificada na empresa – seja no fabrico próprio dos doces, na arquitetura, na decoração ou mesmo na fachada da sede.

 

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